Tesla estreia serviço de robotáxis nos EUA com tarifa fixa

A Tesla iniciou oficialmente seu serviço de robotáxis autônomos na cidade de Austin, no Texas. A operação marca um passo significativo na estratégia da companhia, que aposta na tecnologia de direção autônoma como pilar para seu futuro. O lançamento ocorreu no último domingo (22), em fase limitada e restrita a um grupo seleto de convidados, majoritariamente influenciadores.

Apesar das promessas feitas por Elon Musk desde 2016, o serviço ainda não é totalmente autônomo. Cada veículo conta com um funcionário da Tesla sentado no banco do passageiro para monitoramento de segurança, embora o assento do motorista permaneça vazio. A medida busca reduzir riscos enquanto a empresa testa o sistema em vias públicas.

Foto de Elon Musk acima do logo da Tesla
Apesar de Elon Musk ter prometido um sistema totalmente autônomo desde 2016, isto ainda não é realidade (Imagem: miss.cabul / Shutterstock.com)

Como funciona o robotáxi da Tesla

  • Por enquanto, a frota é composta por cerca de 20 unidades do Tesla Model Y, versão 2025, que operam exclusivamente em uma região delimitada da cidade de Austin.
  • O trajeto cobre parte do lado sul da cidade, incluindo avenidas movimentadas como South Congress Avenue e South Lamar Boulevard.
  • O serviço, no entanto, não atende o aeroporto local nem áreas mais afastadas.
  • Os usuários convidados podem solicitar viagens por meio de um aplicativo desenvolvido pela própria Tesla.
  • As corridas têm tarifa fixa de US$ 4,20, conforme anunciou Elon Musk na rede social X (antigo Twitter).
  • O serviço funciona diariamente entre 6h e 12h, e pode ser interrompido em condições climáticas adversas.
  • Cada passageiro pode levar um acompanhante, desde que ambos tenham mais de 18 anos.

Tecnologia e desafios de segurança

Diferente de empresas concorrentes como Waymo e Zoox, que utilizam sensores avançados como LiDAR e radar, a Tesla aposta em um sistema que depende exclusivamente de câmeras. A decisão tem como objetivo reduzir custos e acelerar a expansão do serviço, mas levanta dúvidas entre especialistas sobre a robustez e a segurança da tecnologia.

A própria Tesla enfrenta investigações da Administração Nacional de Segurança no Trânsito nas Rodovias dos EUA (NHTSA), que analisa a segurança dos sistemas Autopilot e Full Self-Driving (FSD). Embora o FSD seja vendido como uma solução de condução autônoma, ele ainda exige que o motorista permaneça atento e pronto para assumir o controle — o que não se aplica ao novo serviço de robotáxis.

A operação também conta com teleoperadores, profissionais que podem intervir remotamente caso o veículo encontre obstáculos ou situações inesperadas.

fsd
O FSD é um dos sistemas de direção da Tesla (Imagem: Joni Hanebutt / Shutterstock.com)

Reações, infraestrutura e expansão

O lançamento dos robotáxis ocorre em meio a um cenário regulatório desafiador. Recentemente, parlamentares do Texas pediram que a Tesla adiasse o início do serviço até setembro, quando entra em vigor uma nova legislação estadual que exige licenças específicas para veículos autônomos. A solicitação não foi acatada pela empresa.

Apesar do entusiasmo dos investidores — as ações da Tesla subiram cerca de 50% desde abril, após quedas motivadas por baixa nas vendas e controvérsias envolvendo Musk —, especialistas alertam que a empresa ainda enfrenta grandes obstáculos para escalar a operação.

Crescer ou superar empresas como a Waymo não será tarefa fácil”, afirmou o analista do Barclays, Dan Levy. Já o professor Bryant Walker Smith, da Universidade da Carolina do Sul, foi categórico: “A Tesla ainda não demonstrou que seu sistema tem precisão e confiabilidade suficientes para operar em diferentes condições de tráfego.”

Além das questões técnicas, o modelo exige uma infraestrutura robusta. Outras empresas do setor, como a alemã Moia (subsidiária da Volkswagen), já trabalham com redes descentralizadas de pontos de apoio para carregamento, manutenção e limpeza dos veículos — algo que a Tesla precisará desenvolver para expandir.

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Planos futuros e promessa do Cybercab

Musk afirmou que o próximo passo é colocar em produção o Cybercab, um veículo projetado especificamente para operações autônomas, sem volante nem pedais, e com preço estimado abaixo de US$ 30 mil. No entanto, ainda não há uma data oficial para a implementação em larga escala.

Robotáxi Cybercab, da Tesla, de portas abertas
Cybercab ainda é esperado no futuro (Imagem: Divulgação/Tesla)

O bilionário também reiterou nas redes sociais que pretende ter milhares de robotáxis nas ruas nos próximos meses, com expansão para cidades como San Francisco e Los Angeles. Enquanto isso, a Tesla abriu um site oficial para interessados em se cadastrar e receber novidades sobre o serviço.

“Parabéns às equipes de software e design de chips da Tesla pelo lançamento bem-sucedido dos robotáxis. É o resultado de uma década de trabalho árduo”, publicou Musk no X.

Por ora, a iniciativa segue restrita e monitorada, enquanto a Tesla busca provar que sua aposta em visão computacional — sem sensores de alta precisão — é realmente capaz de viabilizar o futuro da mobilidade autônoma.

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