A preservação dos oceanos deveria ser uma das principais prioridades da nossa sociedade, segundo os cientistas. No entanto, o que vemos é uma piora cada vez maior da condição destes ecossistemas, que abrigam milhões de espécies e são fundamentais para o clima do nosso planeta.
De acordo com um novo estudo, os níveis de acidez destas águas estão maiores do que o esperado, mesmo com os já conhecidos efeitos das mudanças climáticas. O trabalho ainda alerta que os mares podem ter entrado em uma “zona de perigo” há cinco anos.

Situação é pior em águas mais profundas
- Pesquisas anteriores já apontavam para a acidificação dos oceanos.
- Por conta deste cenário, cientistas haviam estabelecido alguns limites que não deveriam ser violados para manter a Terra saudável.
- Em 2023, no entanto, um estudo revelou que seis destes nove limites haviam sido ultrapassados.
- No entanto, os pesquisadores não citaram a acidificação dos oceanos como um deles.
- Agora, um trabalho publicado na revista Global Change Biology alerta que a acidificação está mais avançada do que se pensava e que nossos mares podem ter entrado na zona de perigo já em 2020.
- Segundo a equipe, o cenário parece estar piorando mais rapidamente em águas profundas do que na superfície.
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Acidificação dos oceanos é uma ameaça para a vida marinha
Os cientistas explicam que a acidificação dos oceanos é causada pela atividade humana. Os mares absorvem cerca de 30% do dióxido de carbono (CO₂) presente na atmosfera. E como as quantidades desta substância têm aumentado em função da queima de combustíveis fósseis, mais CO₂ é retido pela água.
Nos mares, o dióxido de carbono é dissolvido, criando ácido carbônico e liberando íons de hidrogênio. Os níveis de acidez são baseados no número destes íons de hidrogênio dissolvidos na água, de modo que o oceano absorve mais CO₂, torna-se mais ácido.

Os íons de hidrogênio se ligam aos íons de carbonato no oceano para formar bicarbonato, o que reduz o carbonato disponível para a vida marinha, como corais, moluscos e plâncton. Isso, por sua vez, diminui o alimento disponível para muitos organismos marinhos.
A maior parte da vida oceânica não vive apenas na superfície – as águas abaixo abrigam muitos outros tipos diferentes de plantas e animais. Como essas águas mais profundas estão mudando muito, os impactos da acidificação dos oceanos podem ser muito piores do que pensávamos. A acidificação dos oceanos não é apenas uma crise ambiental – é uma bomba-relógio para os ecossistemas marinhos e as economias costeiras. À medida que nossos mares aumentam em acidez, estamos testemunhando a perda de habitats críticos dos quais inúmeras espécies marinhas dependem e isso, por sua vez, tem grandes implicações sociais e econômicas.
Estudo publicado na revista Global Change Biology
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