Os deputados do PDT se reunirão na Câmara dos Deputados para discutir a possível expulsão de Ciro Gomes do partido. A insatisfação com o ex-governador do Ceará se deve a um desvio de postura em relação à sigla, além de ações que podem afetar negativamente o desempenho do PDT nas eleições de 2026. Alguns integrantes da legenda afirmam que, caso não cheguem a um consenso, poderão formalizar um pedido de expulsão. As críticas a Ciro Gomes aumentaram devido às suas declarações sobre candidatos do PDT e por um suposto apoio ao deputado André Fernandes, associado ao bolsonarismo, em Fortaleza, onde a sigla havia optado por manter uma postura neutra. A Juventude do PDT manifestou seu descontentamento com a situação, enquanto Ciro solicitou “mais respeito” em resposta às críticas.
O desempenho do PDT nas eleições de 2024 foi avaliado como insatisfatório, com a legenda perdendo 163 prefeituras e reduzindo sua representação no Ceará de 67 para apenas 5 prefeitos. Esse resultado gerou um sentimento de urgência entre os membros do partido, que acreditam ser essencial um processo de reconstrução e reavaliação de estratégias. Olhando para o futuro, o PDT está considerando a formação de uma federação com outras legendas, como PSB, PSDB e Solidariedade, com o objetivo de fortalecer suas candidaturas para a Câmara e o Senado nas eleições de 2026.
Quem é Ciro Gomes
Ciro Gomes, nascido em 6 de novembro de 1957, em Pindamonhangaba, São Paulo, é uma proeminente figura política brasileira e um dos mais influentes líderes do Ceará. Sua trajetória começa em Sobral, no Ceará, onde cresceu e se destacou academicamente, formando-se em Direito pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Desde jovem, Ciro demonstrou interesse pela política, engajando-se em movimentos estudantis.
Em 1986, Ciro Gomes iniciou sua carreira política ao ser eleito deputado federal pelo Ceará, destacando-se como um dos mais jovens membros da Câmara dos Deputados. Sua ascensão foi rápida, e ele se tornou secretário da Fazenda do Ceará em 1987. Em 1989, Ciro foi eleito prefeito de Fortaleza, onde implementou políticas de urbanização e modernização que deixaram um impacto significativo na cidade.
Ciro foi eleito governador do Ceará em 1990, cargo que ocupou até 1994. Durante seu governo, implementou reformas significativas nas áreas de saúde, educação e infraestrutura, destacando-se pela busca de soluções inovadoras e pela redução da pobreza no estado. Sua gestão foi marcada por um forte enfoque em desenvolvimento social e econômico.
Após deixar o governo cearense, Ciro Gomes se tornou ministro da Fazenda no governo de Itamar Franco em 1994, onde enfrentou o desafio da inflação alta e a estabilização da economia brasileira. No entanto, sua permanência no cargo foi breve, e ele deixou o ministério no mesmo ano para concorrer à presidência da República pela primeira vez. Apesar de não ter sucesso nas eleições de 1994, Ciro continuou ativo na política.
Nos anos 2000, ele foi eleito deputado federal novamente em 2002 e fundou o Partido Democrático Trabalhista (PDT), tornando-se uma das principais lideranças da legenda. Sua trajetória presidencial continuou, e ele concorreu à presidência em 2002, 2010 e 2018, sempre defendendo uma agenda progressista com foco em reformas sociais e econômicas, além de um forte discurso em prol da educação e do desenvolvimento sustentável.
Nos últimos anos, Ciro Gomes tem se posicionado como uma voz crítica em relação à polarização política no Brasil, buscando um espaço como alternativa viável. Seu estilo combativo e polêmico, aliado a uma profunda preocupação com questões sociais, faz dele uma figura central no debate político brasileiro. Com uma carreira repleta de desafios, Ciro continua a influenciar a formação de políticas e as discussões sobre o futuro do Brasil, consolidando-se como um líder relevante em um cenário político em constante transformação.