A administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, nesta quarta-feira (23), seu plano para acelerar o desenvolvimento de inteligência artificial (IA) no país. A ideia é abrir caminho para que empresas trabalhem sem supervisão ou salvaguardas – desde que deixem a tecnologia livre de “viés ideológico”.
O “Plano de Ação para a IA” de Trump descreve medidas para “eliminar burocracia e regulações onerosas”, além de facilitar condições para empresas construírem a infraestrutura necessária para impulsionar a IA.
O plano também propõe que o governo conceda contratos federais a empresas que “garantam que seus sistemas sejam objetivos”. Ainda segundo a proposta, uma agência governamental deve revisar as diretrizes para o desenvolvimento da IA.
Na prática, essa agência vai remover menções a diversidade, equidade, inclusão, mudanças climáticas e o que mais for considerado por ela como desinformação, segundo o jornal New York Times.
“Enquanto nossos concorrentes globais correm para explorar essas tecnologias, é uma questão de segurança nacional que os Estados Unidos alcancem e mantenham uma dominância tecnológica global incontestável”, disse Trump, no plano. “Para garantir nosso futuro, devemos aproveitar todo o poder da inovação americana.”
Trump deve fazer seu primeiro grande discurso sobre IA ainda nesta quarta, além de assinar ordens executivas relacionadas à tecnologia (mais sobre isso no final desta matéria).
Desenvolvimento, data centers e empresas dos EUA no exterior: os pontos-chave do plano de Trump para a IA
O plano de Trump para a IA detalha mudanças de política divididas em ações que, segundo o governo, vão acelerar o desenvolvimento da IA, facilitar a construção de data centers e promover os interesses das empresas estadunidenses no exterior.

O relatório pede que o governo colete comentários de empresas e do público sobre regulações que “dificultam a inovação e adoção da IA”. E que trabalhe com agências federais relevantes para tomar as ações apropriadas.
Além disso, o governo apontou que estados com leis rígidas correm risco de perder financiamento federal relacionado à IA. E sugeriu que a Comissão Federal de Comunicações avalie se as regras estaduais entram em conflito com sua autoridade sobre as redes do país.
Ainda de acordo com o plano de Trump, o poder do governo federal deve ser usado para garantir que os sistema de IA sejam desenvolvidos “com a liberdade de expressão em mente”. “Isso ecoa antigas alegações conservadoras de que produtos desenvolvidos por empresas de tecnologia favorecem perspectivas de esquerda”, observa o jornal.

O documento também afirma que o governo federal deve impor menos regulações ambientais na construção de novos data centers e apoiar programas de treinamento para trabalhadores dessas instalações.
O governo também deve priorizar a exportação de ferramentas estadunidenses de IA. E convocou agências federais a ajudarem a indústria a vender pacotes da tecnologia no exterior, além de conter a influência da China sobre ela.
Outras iniciativas previstas no plano de Trump incluem promover o uso de IA por agências federais e pelo Departamento de Defesa, estudar os efeitos da tecnologia sobre a força de trabalho e fomentar o treinamento da população em geral.
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Ordens executivas de Trump para IA
Além de apresentar seu plano para IA, Trump deve assinar três ordens executivas voltadas ao setor, disseram fontes familiarizadas com o assunto ao jornal Washington Post.
- Uma dessas ordens miraria modelos de IA “woke” – referência à alegação do governo de que certas empresas do Vale do Silício construíram ferramentas e chatbots com viés político liberal;
- Outra ordem facilitaria a construção de data centers (empresas de tecnologia afirmam que os avanços em IA exigem maior capacidade computacional);
- A terceira ordem utilizaria a agência de financiamento ao desenvolvimento dos EUA para incentivar a exportação de tecnologias estadunidenses.
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