A descoberta de fósseis de 150 milhões de anos tem gerado discussões entre os paleontólogos. Isso porque os restos mortais do pássaro antigo, que teria vivido no território onde hoje fica a China, apresentam algumas características intrigantes.
De acordo com os pesquisadores, os ossos da cauda da criatura se “embolam” numa estrutura comprimida chamada pigostilo, ou coranchim. Esta parte do corpo é considerada imprescindível para o voo dos pássaros, estando presente em todas as aves modernas.
Baminornis zhenghensis era uma espécie altamente evoluída
- Os responsáveis pelo estudo do animal antigo foram os pesquisadores Runsheng Chen e Min Wang, da Academia Chinesa de Ciências.
- Eles afirmaram que o fato últimas vértebras estarem unidas no pigostilo é uma característica bem avançada em relação a outras aves primitivas.
- Esta estrutura teria servido para ancorar o pássaro durante o voo, diminuir o arrasto do vento e mudar o centro de massa.
- Também teria possibilitado que a espécie, chamada de Baminornis zhenghensis, batesse as asas para voar, e não planasse.
- A grande questão é que os outros animais que conviveram com esta criatura não apresentavam nenhuma destas características.
Leia mais
- Fóssil pode revelar existência de ave mais antiga do mundo
- Ave com personalidades: gene traz segredo da super testosterona
- As aves são dinossauros? Entenda a ancestralidade
Mudança de entendimento sobre a história das aves
De acordo com os cientistas, estas são provas de que a espécie era muito bem adaptada e mais bem evoluída do que outros animais que viveram no período. No entanto, ela ainda tinha algumas características, como os dedos com garras, que prejudicavam o voo. Isso significa que a espécie ainda estava um pouco distante dos pássaros modernos.

Apesar disso, os pesquisadores ficaram impressionados com as descobertas. Eles afirmaram que o fato de que um pássaro mais próximo das aves modernas ter existido naquela época é muito curioso e pode ajudar a entender melhor sobre o passado do nosso planeta.
A conclusão também muda o entendimento sobre a origem do grupo ancestral das aves. Isso teria acontecido há 170 milhões de anos ou mais, permitindo a diversificação dos grupos ao longo do Jurássico e do Cretáceo. O estudo foi publicado na revista Nature.
O post Fóssil de 150 milhões de anos pode reescrever a história das aves apareceu primeiro em Olhar Digital.