Partículas subatômicas chamadas múons, criadas quando raios cósmicos atingem a atmosfera da Terra, podem ajudar a avaliar os danos em prédios e pontes na Ucrânia depois da guerra. A empresa estoniana GScan planeja levar sua tecnologia detectora de múons para ajudar a avaliar rachaduras ocultas com potencial de colapsar estruturas no futuro.
Essas partículas vivem por um tempo muito curto (cerca de dois microssegundos). Mas têm uma habilidade incrível: elas se movem na velocidade da luz e conseguem passar por materiais sólidos, como concreto e solo.
Por causa dessas características, os múons podem atravessar superfícies sólidas que os raios-X normais não conseguem. Assim, revelam rachaduras e metal enferrujado, por exemplo.
Empresa quer testar detecção de partículas criadas por raios cósmicos em ponte da Ucrânia
A GScan negocia com autoridades ucranianas para testar sua tecnologia na Ponte Paton, em Kiev, segundo o Space.com. Essa ponte tem 70 anos e 1.543 metros de comprimento. E já estava em condições ruins antes da guerra.

Examinar uma ponte desse tamanho com detectores de múons leva tempo. Cada ponto importante da estrutura precisa ser escaneado por até uma semana. A análise completa pode levar um mês e custar até US$ 125 mil (aproximadamente R$ 758 mil).
Apesar do custo e do tempo, essa tecnologia é valiosa porque consegue ver dentro das estruturas e identificar problemas que poderiam passar batido.
Com a infraestrutura da Ucrânia seriamente afetada pela guerra, essa tecnologia pode ser essencial para evitar tragédias futuras, encontrando problemas estruturais antes que eles causem desastres.
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Como funciona

Quando os múons passam por uma estrutura, eles são detectados por sensores especiais feitos de fibras plásticas. Com esses sensores, os pesquisadores conseguem descobrir onde há problemas dentro das estruturas, como rachaduras ou partes enferrujadas.
Essa tecnologia já é usada para inspecionar veículos e verificar a segurança de reatores nucleares mais antigos, por exemplo.
Além disso, é uma tecnologia segura porque usa partículas que já existem naturalmente no ambiente e não fazem mal à saúde. Diferente dos raios-X, os múons não causam danos às células ou ao DNA humano.
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