São Francisco investirá US$ 212 milhões para modernizar seu sistema de trem e eliminar o uso de disquetes.

O conselho da Agência Municipal de Transportes de São Francisco (SFMTA) decidiu investir US$ 212 milhões para modernizar o sistema de metrô leve Muni Metro, que ainda utiliza disquetes de 5¼ polegadas. Esse Sistema de Controle Automático de Trem (ATCS) foi implementado em 1998 na estação Market Street e requer três disquetes para carregar o software DOS que gerencia os servidores centrais.

Michael Roccaforte, porta-voz da SFMTA, explicou em uma entrevista à Ars Technica como o metrô leve opera: “Quando um trem entra no metrô, seu computador de bordo se conecta ao sistema de controle para funcionar automaticamente, permitindo que os trens operem sozinhos sob supervisão. Ao saírem do metrô, eles se desconectam do ATCS e retornam à operação manual na superfície.”

Após o planejamento inicial em 2018, o SFMTA tinha como meta migrar para um sistema livre de disquetes até 2028. No entanto, a pandemia de Covid-19 causou atrasos significativos, prolongando o cronograma.

Em 15 de outubro, um passo importante foi dado quando o conselho aprovou um contrato com a Hitachi Rail para a implementação de um novo sistema de controle de trens, sem disquetes. A tecnologia da Hitachi Rail é utilizada em sistemas ferroviários, incluindo o trem-bala do Japão, em mais de 50 países. O contrato inclui 20 a 25 anos de suporte técnico.

A nova solução deve representar um avanço significativo em relação à tecnologia atual, que já estava além de sua vida útil esperada. O ATCS, que deveria durar entre 20 e 25 anos, tinha uma expectativa de expiração em 2023. Embora o sistema ainda funcione, a degradação dos dados dos disquetes e as dificuldades de manutenção de um sistema baseado em linguagens de programação antiquadas levaram a SFMTA a buscar urgentemente essa atualização.

Muito a Fazer pela Frente

Além de se livrar dos disquetes, o Muni Metro enfrenta a necessidade de várias atualizações. O SFMTA planeja investir US$ 700 milhões, incluindo o contrato de US$ 212 milhões com a Hitachi, para reformar o sistema de controle do metrô leve. Uma das prioridades é substituir o sistema de cabos em loop utilizado para a transmissão de dados entre os servidores e os trens. Esses cabos antigos são considerados uma preocupação maior do que os disquetes, sendo descritos como frágeis e com “menos largura de banda do que um antigo modem dial-up da AOL”, segundo Roccaforte, porta-voz da SFMTA. A expectativa é que a Hitachi inicie a troca desses cabos por um novo sistema de comunicação baseado em sinais Wi-Fi e celular até 2028, embora ainda precise da aprovação do conselho de supervisores do SFMTA.

Além dos disquetes e da infraestrutura de comunicação defasada, o atual Sistema de Controle Automático de Trem (ATCS) do Muni inclui computadores de bordo conectados aos sistemas de propulsão e freio, bem como servidores locais e centrais. O site do SFMTA indica que a conclusão total da reforma está prevista para 2033/2034, com a fase de substituição da tecnologia do metrô programada para ocorrer entre 2027 e 2028, seguida da instalação da nova tecnologia nas ruas.

Assim como outras instituições, a lenta transição do SFMTA para fora dos disquetes pode ser atribuída a fatores como complacência, restrições orçamentárias e desafios na atualização de sistemas tecnológicos essenciais. Organizações ao redor do mundo, como o Japão, que apenas abandonou o uso de disquetes em sistemas governamentais em junho, e a Marinha alemã, que ainda procura um substituto para disquetes de 8 polegadas, enfrentam desafios semelhantes.

Esta matéria foi originalmente publicada pela Ars Technica.

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